A partir de desta quinta-feira pós Carnaval, dia 6 de março de 2025, o ingresso para cruzar as roletas do catamarã passará a ser de R$ 7,70. A passagem que custava R$ 21 terá uma redução de 63% em seu valor.
A mudança deve-se a um convênio assinado entre a prefeitura de Niterói e o governo do Estado. O acordo prevê ainda o aumento da frota com climatização. É também uma vitória de setores da sociedade que, ao longo dessas duas décadas, reivindicam a redefinição do valor da tarifa.
É uma disputa que já dura quase o mesmo tempo de vida da estação de Charitas, obra projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). Movimento que teve perto da vitória em abril de 2018, quando parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovaram, por consenso, a tarifa social para a passagem do catamarã. O valor passaria, então, de R$ 16,90 para R$ 6,10. O então governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), porém, vetou o projeto, de autoria do deputado estadual Flávio Serafini (Psol), e a esperada mudança não aconteceu.
A expectativa da Prefeitura de Niterói é que o fluxo de passageiros cresça em torno de 50% e cerca de cinco mil veículos deixem de circular nos horários de pico na Avenida Roberto Silveira, a principal via de ligação rodoviária dos bairros da cidade à Ponte Rio-Niterói, e na Zona Sul de Niterói.
“A redução da tarifa trará não só uma economia significativa para os usuários do catamarã, mas permitirá que centenas de moradores que hoje não utilizam o modal, devido ao preço alto, passem a utilizá-lo, melhorando significativamente o tráfego”, disse o prefeito Rodrigo Neves (PDT), segundo notícia publicada no site da prefeitura de Niterói.
O redimensionamento da tarifa ocorre quase oito anos após a entrada em funcionamento do túnel que liga o bairro de Charitas à Região Oceânica de Niterói. À época, a Prefeitura já apontava a possibilidade de redução dos valores - já que o túnel de 1.350 metros encurtava muito a distância dos bairros próximos às praias oceânicas de Niterói da estação do Catamarã. Nada, porém, aconteceu.
Ao contrário, na contramão da popularização, após a pandemia da Covid 19, além do preço seguir alto, quase três vezes mais caro do que a tarifa das Barcas Araribóia-Praça XV, a oferta do serviço foi reduzida: a estação passou a ter um intervalo no funcionamento, fechando de 12h às 16h30 em Charitas. Não foi anunciada nenhuma alteração nesse aspecto ao ser firmado o convênio que reduziu a passagem.
Subsídio
A redução do valor será subsidiada pela prefeitura, que repassará até R$ 2 milhões, e pelo estado, que entrará com R$ 4 milhões. O convênio foi firmado no dia 12 de fevereiro, mesmo dia em que o Consórcio Rio Barcas assumiu a operação do transporte aquaviário do Rio de Janeiro pelos próximos cinco anos, prorrogáveis por mais cinco.
O consórcio venceu a licitação em novembro de 2024 e o contrato, diferentemente do anterior, é de prestação de serviço. Sua remuneração será feita com base na quantidade de milhas náuticas percorridas. Ou seja, de viagens feitas. O governo do Rio será responsável pela fiscalização, pagamento e definição de investimentos futuros.
Segundo informações disponíveis no site da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), desde sua inauguração, em 2004, o valor da passagem do catamarã é bem acima das demais linhas que fazem o transporte aquaviário: em 2004, o preço das barcas que ligam Rio a Niterói era R$1,85; Rio-Paquetá nos dias úteis, R$2,90; e o catamarã Praça XV- Charitas, R$ 5,00. Não estão previstas mudanças no horário de funcionamento e no número de viagens.
Da Redação do Sariguê News Niterói