Da Redação SariguêNews
Por Edir Lima
Depois do apoio ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro desde o primeiro dia de campanha, da comemoração por ter sido eleito senador pelo Rio de Janeiro, com 29,06% dos votos válidos, com direito à publicação de um vídeo animado de uma corrida de cavalos, em que aparece vencendo em primeiro lugar, seguido por seus oponentes: Molon aparece chorando; Clarissa, como uma marionete sendo manipulada por seu pai, Anthony Garotinho; e Silveira, com uma cabeça de burro, Romário não escondeu sua decepção pelo apoio de Bolsonaro a Daniel Silveira.
Sua fama de marrento não poderia ser deixada de lado. Mesmo frustrado com a opção do presidente, preferiu comemorar, agradecer os votos que recebeu e ratificar o apoio a Bolsonaro.
"Agradeço a Deus por ter me dado mais uma oportunidade de disputar a eleição no Rio de janeiro, agradeço ao povo do Rio de Janeiro por entender o meu trabalho nesses 12 anos - quatro como deputado e oito como senador", disse o ex-jogador. Vou manter o meu apoio ao presidente porque sou um homem de palavra”, alfinetou o baixinho.
Apesar da mágoa, Romário ressaltou que, por uma questão de fidelidade partidária, votará em Bolsonaro no segundo turno, e que, em uma eventual reeleição, ele se posicionará de forma alinhada a Jair no Congresso.
"Como já disse, eu jogo pelo time. Sou PL, sou 22 e meu apoio é para o Bolsonaro. Estou com o PL nessa eleição, e esse é o meu posicionamento. Foi assim durante toda a eleição e continuará assim em respeito à minha índole. Eu tenho palavra", disparou.
Não é só isso. A identificação de Romário com o atual presidente tem também um tom família:
“Ele é contrário ao aborto e à legalização das drogas, o que condiz muito com a minha maneira de ver o mundo. É espontâneo, possui problemas e defeitos como todos nós, mas quer ver um Brasil que ande para a frente. Ele defende a família, e isso é muito importante para mim”, comentou na semana que antecedeu o primeiro turno.
Jornal espanhol critica posicionamento político
Talvez por ter sido ídolo do futebol brasileiro e destaque nos clubes que defendeu e na conquista do tetracampeonato de 1994, Romário não foi alvo de comentários no Brasil sobre sua posição em apoiar Jair Bolsonaro. Mas na Espanha, onde foi ídolo do Barcelona e ainda defendeu o Valência, foi diferente. Um colunista do jornal "Sport" fez duras críticas à posição política do ex-atacante.
O jornalista relacionou o presidente Bolsonaro com a milícia do Rio de Janeiro. O artigo externa a decepção com o Baixinho: "Romário, que vergonha", diz o título do texto.
"Ser bolsonarista no Rio de Janeiro significa defender os paramilitares [milícia] que já ocupam 10% da região metropolitana, onde extorquem dinheiro da população pobre em um grau muito superior ao que os traficantes podem fazer", escreveu Joaquim Piera para o periódico espanhol. O artigo chama o candidato Lula PT de 'histórico', ao mesmo tempo em que lamenta o lado escolhido pelo ex-camisa 10 do Barcelona.
"É também encorajar e apoiar uma das polícias mais letais do planeta que, com total impunidade, realiza massacres nas favelas contra, principalmente, meninos inocentes, negros e pobres, como Romário foi em sua juventude quando estava nas categorias de base do Vasco da Gama e morava com a família na favela do Jacarezinho", concluiu o artigo.