Um ônibus da UFRJ, com alunos e professores da geologia, foi parado, nesta terça-feira (1º), na estrada, pelos caminhoneiros. Eles relataram que foram ameaçados por um grupo bolsonarista que bloqueou a Rodovia Presidente Dutra na altura do km 276, em Barra Mansa, no sul do Estado do Rio. O grupo estava a caminho de Uberaba, em Minas, para fazer pesquisa de campo.
Os ativistas protestam contra a derrota do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) na disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.
Segundo o relato, por cursarem uma universidade pública, os alunos foram identificados como petistas e passaram a ser hostilizados e ameaçados de serem queimados pelos manifestantes. Também conforme os universitários, agentes da Polícia Rodoviária Federal testemunharam as ameaças e não intervieram.
Em nota, a Reitoria da UFRJ destacou que "repudia veementemente o bloqueio e a hostilização protagonizados pelos manifestantes que impossibilitaram os estudantes de prosseguir viagem de pesquisa acadêmica" e se solidariza com os estudantes, professores, motoristas e seus familiares. O texto lembra que a universidade sofreu, em 2022, sucessivos bloqueios orçamentários, chegando a "um estado de penúria financeira" e reclama dos "bloqueios terrestres que impedem o livre tráfego para produzir pesquisas".
"A UFRJ não permitirá que seus estudantes, professores e funcionários sejam ultrajados e hostilizados e com anuência de outros entes do Poder Executivo" diz o texto. "Caso os estudantes e professores não sejam liberados até terça-feira (1º), a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, irá pessoalmente ao local do bloqueio para diálogo e intercessão junto à PRF para que haja liberação pacífica e imediata do tráfego para minimização dos prejuízos causados à comunidade acadêmica e liberdade do fazer acadêmico. A Reitoria e a Prefeitura Universitária acompanham o caso."