Em um pronunciamento de apenas dois minutos e doze segundos, primeiro após 44 horas da divulgação do resultado da votação, em 30 de outubro de 2022, na qual perdeu para Lula, Bolsonaro disse textualmente que protestos que cerceiam a possibilidade de ir e vir copiam os métodos da esquerda e prejudicam a população.
O presidente da República não mencionou que os protestos que bloqueiam mais de duas centenas de pontos nas estradas do país sejam a seu favor - embora isso seja evidente. Disse que são frutos da indignação e da forma como foi conduzido o processo eleitoral, sem entrar em detalhes. "Os atuais movimento populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça como como se deu o processo eleitoral", afirmou.
"As manifestações pacíficas sempre são bem-vindas. Mas os nossos métodos não podem ser como os da esquerda, que sempre prejudicaram a população. Como invasão de propriedade, invasão de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", disse.
A reportagem do Sariguê News apurou que em grupos bolsonaristas criados para organizar o que chamam de "resistência civil" pela intervenção militar o breve pronunciamento foi recebido como uma declaração de apoio aos protestos.
Ao menos por militantes que se pronunciaram em alguns deles - uma bolsonarista disse que foi um apoio "cifrado", que não foi direto por conta das restrições legais do cargo que Bolsonaro ocupa. Houve ainda quem identificasse uma recomendação para suspender ou limitar os bloqueios de vias.
Direita
O presidente disse que a direita "surgiu de verdade em nosso país". A "robusta" representação no Congresso Nacional, afirmou, mostra a força de valores do movimento: "Deus, pátria, família eliberdade".
"Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca, somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra", disse, referindo-se à covid-19 e ao conflito bélico entre a Rússia e a Ucrânia.
Disse ainda não ser antidemocrática, como é rotulado, sempre tendo jogado dentro das quatro linhas da Constituição Federal, a qual prometeu respeitar, "ao contrário" de seus acusadores. Disse nunca ter defendido o controle das redes sociais ou da mídia, tampouco censurá-las.
Agradeceu aos 58 milhões de votos recebidos e disse ser uma "hora" ser o líder de milhões de brasileiros que defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarelo da nossa bandeira.